Alguns Quandos
1) Quando eu deixei de falar bem em público: eu tinha 15 anos, tinha acabado de brigar com o insubstituível namorado (porque primeiro). Um trabalho em grupo de História (bonito, sobre o amor na mitologia, um treco assim), a professora (que sabia do nosso rompimento, e que já tinha puxado o bicho de lado, dizendo que a gente devia voltar porque "a Clarice está acima do bem e do mal")(engraçado como isso ficou na memória dos nossos causos a dois) escolhia um único apresentador por grupo, na hora (para obrigar todo o mundo a trabalhar, boa tática). De propósito (soubemos depois), ela, na minha classe, escolheu eu, e na classe dele, escolheu ele (era um experimento psicológico, saber como íamos explicar para os outros alunos um troço de amor, estando tão entangled como estávamos naquele que era o comecinho do fim). Eu do meu lado só lembro que tudo saiu empapado, meio embargada a história de Tristão e Isolda. Saiu bem mais do fundo que um exposé normal sairia, bem menos racional, menos linear, em resumo uma merda. E como doeu. Dói ainda, e eu nunca mais tive paz de espírito prá dizer mais de dez frases de maneira, ahn, coerente.
2) Quando eu soube que não podia contar com ninguém: duas ocasiões. A segunda foi quando eu bombei logo no começo da Polytechnique, e que qualquer tentativa de ajuda, qualquer comentário era visto como bombardeio. Eu tive que rarear os telefonemas com o Brasil, prá aliviar a pressão (lembro da minha mãe sendo bem harsh mesmo quando ela queria ajudar. Mas eu ainda não tinha as minhas estatísticas inda prá mostrar prá ela, estatísticas sobre o desempenho dos estrangeiros à l'X). Eu não atendia à porta. Eu tinha vergonha. E eu consegui sair desse embroglio todo sem a culpa que a presença dos outros me trazia. Sozinha.
3) Quando eu comecei a ter dificuldades em línguas: bom, tout d'abord quando, na mesma época do 2), eu resolvi não me integrar, não falar (data da mesma época, ainda, o item 4)). Depois, nas porcarias de aulas de alemão que eu tive no começo, e que me fizeram um bloqueio. Eu me sentia mal, diminuída durante as aulas, era um sofrimento. E não era prá ser!
4) Quando eu resolvi que não tinha muito a acrescentar na vida dos outros: vide época dos items 1) et 2). Mas tudo é condicionado ao fato de eu ter desistido do jornalismo, ou whatever que estudo universitário de línguas (ou humanidades, vocês entenderam). E eu desisti porque fiquei com medo, eu tenho medo das pessoas, e a matemática não faz sofrer tanto assim. Hoje eu descubro com pesar que, se ela não faz sofrer, ela também não é muito minha amiga.
Tinhas mais Quandos a irem mas quem vai, e prá debaixo do cobertor, soy yo.
2) Quando eu soube que não podia contar com ninguém: duas ocasiões. A segunda foi quando eu bombei logo no começo da Polytechnique, e que qualquer tentativa de ajuda, qualquer comentário era visto como bombardeio. Eu tive que rarear os telefonemas com o Brasil, prá aliviar a pressão (lembro da minha mãe sendo bem harsh mesmo quando ela queria ajudar. Mas eu ainda não tinha as minhas estatísticas inda prá mostrar prá ela, estatísticas sobre o desempenho dos estrangeiros à l'X). Eu não atendia à porta. Eu tinha vergonha. E eu consegui sair desse embroglio todo sem a culpa que a presença dos outros me trazia. Sozinha.
3) Quando eu comecei a ter dificuldades em línguas: bom, tout d'abord quando, na mesma época do 2), eu resolvi não me integrar, não falar (data da mesma época, ainda, o item 4)). Depois, nas porcarias de aulas de alemão que eu tive no começo, e que me fizeram um bloqueio. Eu me sentia mal, diminuída durante as aulas, era um sofrimento. E não era prá ser!
4) Quando eu resolvi que não tinha muito a acrescentar na vida dos outros: vide época dos items 1) et 2). Mas tudo é condicionado ao fato de eu ter desistido do jornalismo, ou whatever que estudo universitário de línguas (ou humanidades, vocês entenderam). E eu desisti porque fiquei com medo, eu tenho medo das pessoas, e a matemática não faz sofrer tanto assim. Hoje eu descubro com pesar que, se ela não faz sofrer, ela também não é muito minha amiga.
Tinhas mais Quandos a irem mas quem vai, e prá debaixo do cobertor, soy yo.
1 Comments:
Clá,
Lindo o seu blog. Gostou de fazer?
Bom, vamos ao trato. Eu escrevo para ti. De dez textos, de agora em diante, nove são para ti. O um é pros outros. Dos beijos, os mil são p/ ti.
1000 bjos.
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