Monday, May 29, 2006

presente do ri, do www.megeras.com

PREMÊNCIA.


Helder Teixeira
Vem pelo correio, mala direta, folheto de propaganda, proposta de cartão, santinho de Nossa Senhora, Santo Expedito e São Cristóvão. Vem no grito, panfleto no semáforo, adesivo no carro, muro pichado, outdoor, cartaz, vendedor ambulante, autofalante, rádio do carro, pára-choques de caminhão. Vem em uma música antiga, nas 10 mais da semana, na Hora do Brasil, no horário eleitoral, nas mais pedidas, no sermão da Universal. Vem pelo e-mail, spam, mensagem de anjo, corrente da sorte, poema do Vinícius, uma frase só e teu nome escrito, carta perfumada e desenho bonito de coração. Vem por SMS, chamada a cobrar, mensagem de voz, ligação no celular, recado na secretária, sinal de fumaça, anúncio no jornal. Vem nos letreiros, neons coloridos, faixa em avião. Vem de trem, helicóptero, foguete, espaçonave, carro de boi, procissão, automóvel, teletransporter, motocicleta, jato supersônico. Vem que eu não digo não. Vem que eu abro os meus braços e não deixo mais de ser feliz. Vem que eu sorrio um sorrio novo que guardei só pra ti. Vem que eu floresço nos olhos uma primavera sem tempo e sem chuva. Vem que eu te compro uvas, maças, faço batida de abacate com gotinhas de limão. Vem que eu fico sempre menina para pular no teu pescoço e te encher de beijo. Vem que eu te dou goiabada cascão com queijo e doce de leite de colher. Vem bem-me-quer, mal-me-quer que eu nunca mais deixo de te querer. Vem que eu esqueço da vida, saldo no banco, chateação e nós vamos andar na praia de chinelo e chapelão. Vem que eu te esperei tanto, sempre te quis tanto, nunca duvidei que virias. Vem qualquer dia, não precisa avisar. Vem me deixar te amar.

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