Monday, October 31, 2005

ídalo - parte dois

Família-Bolsa

Cristovam Buarque

A Bolsa-Escola surgiu como uma solução simples para uma questão complexa: considera que a escola é o caminho para superar a pobreza, e a bolsa um instrumento para colocar os pobres na escola. Por isso, quando foi implantada pela primeira vez no Distrito Federal, em janeiro de 1995, a Bolsa-Escola baseava-se em dois pilares: fortes investimentos na educação pública e o pagamento de um salário mínimo por família, desde que todas as crianças estivessem na escola, com freqüência mínima de 90%. Por isso, o programa era administrado pela Secretaria da Educação.


Uma bolsa mensal, mesmo que de um salário mínimo, não seria suficiente para retirar ninguém da pobreza. Mas 11 anos de escola básica de qualidade seria, sim, o caminho. Para garantir isso, além do pagamento mensal à família, era realizado um depósito anual, em conta-poupança, para cada criança aprovada e matriculada na série seguinte. Ao final da 4ª e 8ª série, o aluno podia sacar até metade do valor depositado. A retirada integral só podia acontecer após a conclusão do Ensino Médio.


O custo anual da Bolsa-Escola e da Poupança-Escola era de R$ 35,8 milhões. O orçamento de educação era de R$ 1,6 bilhão. Portanto, esses programas representavam 2,2% do gasto total em educação no Distrito Federal.


Em 1997, o governo mexicano, inspirado pela idéia, implantou em nível nacional um sistema muito parecido, realizando altos investimentos na educação básica e determinando um valor elevado para a bolsa mensal. No ano 2000, no mandato de Fernando Henrique Cardoso, o Governo Federal implantou a Bolsa-Escola em todo o país, embora com um valor pequeno, mas executada pelo Ministério da Educação.


O governo Lula mudou tudo isso. Substituiu Escola por Família, retirou a execução do programa do MEC, transferindo-a para a assistência social, dando-lhe um perfil totalmente diferente do objetivo educacional. O próprio Presidente, na comemoração do segundo aniversário da Bolsa Família, afirmou que não importa se o programa é assistencialista ou não.


Importa sim. Ao garantir educação, a Bolsa-Escola é um investimento que emancipa, ao passo que a Bolsa Família é o custo de manter a família na pobreza. Os filhos das crianças que receberam Bolsa-Escola não vão precisar dessa ajuda. Os filhos dos filhos da Bolsa Família continuarão dependendo dela. A Bolsa-Escola permitia às famílias um “subir na vida”; a Bolsa Família garante-lhes apenas o “continuar viva”. Por isso, elas terminarão conhecidas como Famílias da Bolsa, permanentemente dependentes.


Outra diferença está na relação do governo com as famílias. No caso da Bolsa-Escola, as mães sentiam-se remuneradas pelo trabalho de monitorar o aprendizado e a freqüência dos filhos à escola. A suspensão do pagamento da bolsa, caso alguma criança da família faltasse às aulas sem justificativa, quebrava o paternalismo. A Bolsa Família, vista como simples transferência de renda, sem a contrapartida do estudo nem o investimento na qualidade da educação, e administrada pela assistência social, transforma a família em submissa devedora do governo, recebedora de favores, passível de riscos eleitoreiros. Além de não educar as crianças, deseduca politicamente as famílias. Prova disso é a análise de que o resultado eleitoral de 2006 pode ser determinado pela lealdade dessas famílias da bolsa à candidatura do Presidente Lula.


É uma pena que um programa educacional tão premiado tenha se tornado assistencial. Uma bolsa para libertar agora aprisiona, transforma as famílias das crianças em famílias da bolsa.
Mas o mais grave é que há poucas chances de que a Bolsa Família volte a ser Bolsa-Escola, porque as famílias resistirão à exigência da freqüência às aulas. Isso aconteceu no Equador, onde havia um programa de renda solidária. Implantar a Bolsa-Escola implicaria um gasto adicional, já que era impossível retirar daquelas famílias um direito já adquirido. E como não havia recursos para os dois programas, mantiveram somente o assistencial, o programa Família-Bolsa.



Tuesday, October 18, 2005

folha

eu estou limpando meu caderno. arranquei a ultima folha e transcrevo a parte que nao quero perder (na ordem):

Borel (1914) showed long ago that even the gravitational effect resulting from shifitng a small rock at the distance of Sirius by a few cm would completely change the microscopic state of a gas in a vessel here on Earth within seconds after the retarded field has arrived.

unconditional
about understanding
about being free and daring (and caring)
breakdown: rational aspect (Feynman's letter)
freedom, liberty
2 milestones, raison d'être

Proposal for BEC as a qubit

Has Feynman ever consider quaternions? stoch wavefct eq?

Why must the commutation relations be preserved in principle (in the case of a dissipative system)?

Analogous to laser cooling in solid-state (maybe Gabrielse's exp on feedback cooling of an e-, but not convinced (the !e> state of me has proposed it, but me in !g> does not really agree))

chaos leads to decoherence

Friday, October 07, 2005

alguma coisa

eu tirei Adios Nonino nas férias de janeiro de 2003. nao digo que estava Zuper, mas estava boinho, eu tinha ouvido muito a gravacao original do tio Piazzola. voltando pra Franca, aquele estupido do profe boiola me meteu defeito na musica (okei, nao estava boa, mas eu me divertia, e gostava muito) e me deu uns exercicinhos coiós. em abril eu larguei o piano (por quase dois anos exatos).
hoje eu tentei tocar Adios Nonino. e alguma coisa mudou: nao dá mais pé, a melodia escapou e tudo o que a música me trazia de bonito também. hoje, só com a gravacao.

guia completa, extremamente extra-oficial de prováveis Nobeis de física (e óbvio que biased)

Já que me falaram há dois dias que eu tenho um faro bao, aí vai a minha lista dos que vao, algum dia, ganhar o Nobel de física:

Dalibard * Aspect * Yamamoto * Deutsch * Zeilinger * Ekert * Bennett * Wineland e Blatt * Haroche, Rempe e Kimble * Cirac e Zoller


e entre os mais novos, eu apostaria: Grangier * Mabuchi * Vuckovic * Bloch * Vandersypen * e Stamper-Kurn (que ainda vai ser o primeiro a fazer CQED com BEC, whatever that means)

Sunday, October 02, 2005

http://www.collegehumor.com/movies/149448/

Finite Simple Group (of Order Two)
A Klein Four original by M. Salomone


The path of love is never smooth
But mine's continuous for you
You're the upper bound in the chains of my heart
You're my Axiom of Choice, you know it's true

But lately our relation's not so well-defined
And I just can't function without you
I'll prove my proposition and I'm sure you'll find
We're a finite simple group of order two

I'm losing my identity
I'm getting tensor every day
And without loss of generality
I will assume that you feel the same way

Since every time I see you, you just quotient out
The faithful image that I map into
But when we're one-to-one you'll see what I'm about
'Cause we're a finite simple group of order two

Our equivalence was stable,
A principal love bundle sitting deep inside
But then you drove a wedge between our two-forms
Now everything is so complexified

When we first met, we simply connected
My heart was open but too dense
Our system was already directed
To have a finite limit, in some sense

I'm living in the kernel of a rank-one map
From my domain, its image looks so blue,
'Cause all I see are zeroes, it's a cruel trap
But we're a finite simple group of order two

I'm not the smoothest operator in my class,
But we're a mirror pair, me and you,
So let's apply forgetful functors to the past
And be a finite simple group, a finite simple group,
Let's be a finite simple group of order two
(Oughter: "Why not three?")

I've proved my proposition now, as you can see,
So let's both be associative and free
And by corollary, this shows you and I to be
Purely inseparable. Q. E. D.